Documento de Aparecida
370. A conversão pastoral de nossas comunidades exige que passemos
de uma pastoral de mera conservação a uma pastoral decididamente missionária.
Assim, será possível que "o único programa do Evangelho continue a ser
introduzido na história de cada comunidade eclesial" (NMI 12) com novo
ardor missionário, tornando a Igreja manifesta como uma mãe que se encontra,
uma casa acolhedora, uma escola permanente de comunhão missionária.
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A conversão pastoral é uma necessidade urgente.
O modelo das primeiras comunidades cristãs relatada pelo evangelista
Lucas em Atos dos Apóstolos 2, 42-47, retrata a dinâmica da vida comunitária
conforme a proposta do mestre.
"Perseveravam eles na
doutrina dos apóstolos, na reunião em comum, na fração do pão e nas
orações." (v. 42) "louvando a Deus e cativando a simpatia de
todo o povo. E o Senhor cada dia lhes ajuntava outros que estavam a caminho da
salvação." (v. 47)
A conversão pessoal gera a conversão da Pastoral.
Não se pode esperar que uma pastoral
se torne missionária se seus membros insistem em comportar-se como pseudo
convertidos. É preciso converter-se de uma vez por todas aos ensinamentos do
mestre de Nazaré.
"Rasgai vossos corações e não
vossas vestes; voltai ao Senhor vosso Deus, porque ele é bom e compassivo,
longânime e indulgente, pronto a arrepender-se do castigo que inflige." (Joel
2, 13)
Ela exige que se abandone as velhas estruturas.
O episódio do Evangelho de
Mateus 10, 1-15 quando reúne os discípulos para enviar-lhes a missão diz claramente
como o mestre quer o trabalho realizado pelos operários.
"ide antes às ovelhas que se
perderam da casa de Israel. Por onde andardes, anunciai que o Reino dos céus
está próximo. Curai os doentes, ressuscitai os mortos, purificai os leprosos,
expulsai os demônios. Recebestes de graça, de graça dai!" (Mateus
10, 6-8)
A mudança é necessária para o anúncio eficiente do Evangelho.
As DGAE 2015-2019, faz uma
leitura da realidade quando diz
“Vivemos uma época
de transformações profundas. Não se trata de “época de mudanças”, mas de uma “mudança de época”.” (v. nº 19)
"Isso é tanto mais importante
porque sabeis em que tempo vivemos. Já é hora de despertardes do sono. A
salvação está mais perto do que quando abraçamos a fé." (Romanos 13, 11)
É preciso um novo ardor missionário.
Refazer as forças, superar o
comodismo, sair da zona de conforto e renovar as forças é a palavra de ordem.
"Eu vos exorto, pois, irmãos,
pelas misericórdias de Deus, a oferecerdes vossos corpos em sacrifício vivo,
santo, agradável a Deus: é este o vosso culto espiritual. Não vos conformeis
com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso espírito, para que
possais discernir qual é a vontade de Deus, o que é bom, o que lhe agrada e o
que é perfeito." (Romanos 12, 1-2)
Como operários, a palavra de ordem é cuidar do
rebanho do mestre.
Na conversa do mestre com o
discípulo escolhido, (João 21, 1-25) logo depois da ressurreição no episódio da
Aparição na Galileia, o apóstolo eternizou o desejo do dono do rebanho:
“Perguntou-lhe outra vez: Simão, filho de João, amas-me?
Respondeu-lhe: Sim, Senhor, tu sabes que te amo. Disse-lhe Jesus: Apascenta os
meus cordeiros." (v. 16)
Só será possível cuidar do rebanho se a Pastoral
for decididamente missionária!
“Ser verdadeiro discípulo missionário
exige o vínculo
efetivo e afetivo com a comunidade dos que descobriram fascínio pelo mesmo Senhor. Ele sabe que
exerce sua missão na Igreja,
“em saída”.” (DGAE 2015-2019 nº 13)
"porque
todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo (Jl 3,5). .Porém, como
invocarão aquele em quem não têm fé? E como crerão naquele de quem não ouviram
falar? E como ouvirão falar, se não houver quem pregue? .E como pregarão, se
não forem enviados, como está escrito: Quão formosos são os pés daqueles que
anunciam as boas novas (Is 52,7)?"
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