sábado, 6 de fevereiro de 2016

Novos métodos Catequéticos

O catequista deve repensar e readaptar, cada vez mais, os instrumentos de comunicação e Evangelização. O catequista é como uma janela aberta ao exterior; por ela se mostra, sai ao encontro dos outros, e, de modo inverso, permite que os outros entrem de alguma maneira em sua interioridade. Essa janela aberta é a faculdade de comunicação, uma faculdade quase ilimitada, que exerceremos de diversas formas: palavra falada ou escrita, gestos, imagens, sons, movimentos, etc. O que dizemos e fazemos, também o que calamos ou omitimos, são formas de nos manifestarmos aos outros. A essas formas chamamos linguagem, entendida por sua função simbólica. A linguagem é, pois, o meio que permite exercer a faculdade de comunicar e, por isso, a forma mais manifesta de comunicação. A missão do catequista é fazer ecoar a Palavra de Deus. Ele é, sobretudo, um comunicador, por isso “é necessário que a catequese estimule novas expressões do Evangelho na cultura na qual este foi implantado.” (DGC 208). Jesus é um dos maiores exemplos de comunicadores, Seus ensinamentos, obras e palavras foram registradas nos Evangelhos. Na época de Jesus, a palavra escrita ainda não era facilmente disponível para a comunicação em massa. Então, tornava-se essencial que um mestre apresentasse seus ensinamentos de modo a serem claramente compreendidos e memorizados. Isso exigia que o mestre fosse ao mesmo tempo um poeta e um contador de histórias, e Jesus sem sombra de dúvida dominava ambos os talentos. As parábolas cheias de vida tiradas da natureza ou da essência humana são bem conhecidas e constituíram a principal forma de ensinamento de Jesus. Elas incitavam os ouvintes a pensar e descobrir diversos níveis de significados e aplicações. A exemplo de Jesus e seus interlocutores, “o catequista comunicador deve saber modular símbolos, parábolas, narrativas, testemunhos que falam de uma fé livre e responsável. Ao comunicador da fé é requerido saber usar todos os registros da comunicação: a linguagem verbal e a não verbal, as imagens e os sons, obtendo na mídia ilustrações e evocações, propondo novas metáforas da fé, suscitando interesses e emoções, animando experiências de fé no grupo de catequese”. A evangelização constitui a missão fundamental da Igreja em todo tempo e cultura e o ensino da fé representa a obra educativa da comunidade que conduz os batizados à maturidade da fé. Com o Concílio Vaticano II, a catequese tem alcançado uma fecunda renovação. Hoje, os meios de comunicação oferecem ao catequista novos recursos e novos percursos para a educação da fé. Existem diversos materiais audiovisuais: as produções musicais, cinematográficas e televisivas; a multiplicidades de sites religiosos que constituem novos e preciosos recursos para os catequistas. Segundo o Diretório Nacional de Catequese, é essencial habilitar os catequistas para a comunicação da mensagem do Evangelho, por meio da mídia, principalmente os mais jovens e nascidos nesta cultura midiática, cuja linguagem mais facilmente entendem. Recordam-se três orientações: CAPACITAR, APROXIMAR E INCLUIR.Capacitar nos diversos níveis os catequistas como comunicadores: que sejam pessoas conhecedoras dos processos da comunicação humana e estejam habilitados a integrar recursos como músicas, vídeos, teatro e outras linguagens para expressar a fé. Aproximar a catequese dos meios massivos de comunicação, para o desenvolvimento de projetos de catequese a distância, com adequado uso de recursos e metodologias apropriadas e incluir, nos programas de catequese, a análise de mensagens produzidas pelos grandes meios, promovendo a leitura desses dados à luz da mensagem evangélica. A catequese comunica a experiência da vida, um compromisso de fé. Ela é mais do que transmitir verdades: comunica uma mensagem de vida, de fé, de compromisso com Deus, consigo mesmo, com o irmão e com a comunidade. Ao comunicar essa mensagem, utiliza-se dos diversos meios de comunicação disponíveis. As técnicas de grupo e seus recursos de comunicação aproximam as pessoas, ajudam a compartilhar a vida, as experiências, isso se dá pela intercomunicação pessoal e através da comunicação grupal como exercício de vida comunitária e partilhada. O catequista tem, assim, “de repensar e de readaptar, cada vez mais, os instrumentos de comunicação mais adequados para que a mensagem possa chegar ao destinatário, a fim de promover uma profissão de fé viva, explícita e atuante”. O educador da fé necessita avançar para o uso de meios de comunicação de massa e dos equipamentos modernos de comunicação
. As novas gerações nascem dentro da tecnologia. É dever dos catequistas avançar na capacitação dos instrumentos da comunicação, como o uso do microfone, da internet, de multimídia, do computador e de todos os equipamentos que ajudam a comunicar na catequese. Algumas tecnologias que podem estimular o desenvolvimento da catequese são CD e DVD, que oferecem grandes possibilidades num único instrumento multimídia: vídeos, textos, canções, jogos e animações, bem como o Powerpoint, que também contribui como instrumento de visualização de conteúdos aos quais se podem acrescentar imagens, textos, sons e vídeos, fazendo com que os destinatários aprendam de forma interativa e mais divertida. Quantas vezes realizamos nossas atividades na catequese e ao falar sobre um determinado conteúdo depois verificamos que não houve uma verdadeira comunicação? Se quisermos tocar os corações dos nossos catequizandos, seremos mais eficazes na transmissão da mensagem divina usando múltiplas linguagens originais e interativas. O uso da internet e das novas tecnologias na catequese são formas de expressão à disposição do catequeta. É, pois, cada vez mais urgente e necessário que os catequistas se sintam sensibilizados e estimulados para se beneficiarem dos aspectos positivos que a internet comporta. Ser catequista hoje significa saber tudo isso. Mas, não só, é preciso ser capaz de usar os instrumentos e as novas tecnologias oferecendo um verdadeiro espaço de comunhão e de comunicação interpessoal, com grandes vantagens: informação, acessibilidade à realidade, antes demasiado distante, instantaneamente, novas possibilidades. Trata-se de uma linguagem com grandes potencialidades comunicativas e criativas. Toda a formação deve estar finalizada na arte da comunicação da fé, pois, na ação catequética, catequistas e catequizandos são sujeitos da comunicação. Flávio Veloso Coordenador Equipe Arquidiocesana para a Animação Bíblico-Catequética de Ribeirão Preto-SP Formação em filosofia – Cearp – Centro de Estudos da Arquidiocese de Ribeirão Preto-SP Estudando de pedagogia – Uniseb-COC Encarregado da Livraria Paulus de Ribeirão Preto-SP

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